quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Novo material aprisiona resíduos nucleares

Tal como a planta carnívora- dionéia - um novo material desenvolvido na Universidade de Northwestern aprisiona permanentemente o ião radioactivo Césio, ignorando outros iões.

O material sintético, desenvolvido a partir de camadas de gálio (Ga), enxofre (S) e outros compostos, é muito selectivo. Os investigadores de Northwestern consideraram-no extremamente eficiente na remoção de césio - encontrado em resíduos nucleares.

Na verdade é o próprio elemento que potencia uma mudança estrutural no material, causando o fecho dos poros e o aprisionamento de 100% de iões césio presentes na solução (ignorando outros iões).

A criação de mais materiais de aprisionamento está a ser desenvolvida devido à sua importância na limpeza em situações de desastres ambientais. Além das questões ambientais, estes materiais também se destacam pela sua importância inerente ao organismo humano, pois permitem a desintoxicação de um organismo do excesso de um certo elemento metálico.

Rui Lopes

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cheiro das mulheres seduz mais do que os perfumes


Investigação demonstra que os homens reagem à exposição a cheiro de mulheres na fase fértil do período menstrual.

A publicação na revista especializada Psychological Science de um estudo sugere a maior eficácia do não uso de perfume quando uma mulher pretende atrair um homem. Esta ideia baseia-se numa experiência realizada pela equipa de Saul Miller e Jon Maner, da Universidade da Florida.

Os cientistas realizaram dois ensaios separados:
Foi pedido a um grupo de mulheres o uso da mesma T-shirt ao longo de três noites, em várias fases do ciclo menstrual. Depois, pedia-se a homens que cheirassem as camisolas e respondessem a um questionário, ao mesmo tempo que davam amostras de saliva para medição dos níveis de testosterona. Em simultâneo, era testado um grupo de controlo que cheirava T-shirts que ninguém usara.

Os homens que cheiraram as camisolas usadas por mulheres que estavam na fase fértil do ciclo menstrual registaram níveis de testosterona mais elevados. No segundo passo da experiência, verificou-se também que os homens classificavam as T-shirts usadas por mulheres na fase fértil do período como tendo um odor mais agradável.

Em resumo, o nível de testosterona reage a sinais de fertilidade, o que favorece a reprodução.


Há dois anos foi publicado um estudo que demonstrava um aumento da hormona cortisol (ligada ao stress) em mulheres heterossexuais, após cheirarem suor masculino. Durante as experiências, foi descoberta a importância da função de um composto chamado androstadienona, um derivativo de testosterona, que a indústria de perfumaria usa nos seus produtos.


Rui Lopes

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Fotocatalisador mata bactérias e vírus

Na batalha contra as bactérias, os investigadores da Universidade de Illinois desenvolveram uma nova e poderosa "arma" - um processo de desinfecção fotocatalítica que usa a luz visível para destruir bactérias e vírus. Este processo pode também ser usado para purificar a água potável, desinfectar instrumentos cirúrgicos e remover impressões digitais indesejadas de materiais ópticos e eléctricos.

Criado a partir de uma matriz de óxido de titânio com nitrogénio, o catalisador é activado pela luz solar ou luz artificial, apresentando uma eficácia reduzida. No sentido de a aumentar, Shang e a sua equipa adicionaram nanopartículas de Palladium à matriz. Estas nanopartículas aprisionam os electrões, libertados aquando da incidência da luz, permitindo a ocorrência de reações para produzir agentes oxidantes que matam bactérias e vírus.

"O novo catalisador apresenta também um efeito de memória único, que permite continuar a eliminar agentes patogénicos letais até 24 horas depois de se apagar a luz." afirma Jian Ku Shang, professor de Engenharia e Ciência de Materiais.
Quando não existe incidência de luz, as nanopartículas de Palladium libertam lentamente os electrões que podem reagir com compostos da matriz, produzindo mais agentes oxidantes.

Apesar da sua aplicação relacionada com bactérias e vírus, este catalisador poderá no futuro encontrar-se incluido em todos os computadores, uma vez que impede a fixação de pó e impressões digitais indesejadas no ecrã.

Rui Lopes

domingo, 17 de janeiro de 2010

Já é possível misturar água e azeite

Nanopartículas capazes de catalisar reacções
“Misturar água e azeite” é já uma expressão popular que define a impossibilidade de juntar dois compostos. Uma equipa de cientistas norte-americana provou o contrário e os resultados podem ir muito além do que fechar mais um capítulo da luta entre a ciência e o senso comum.

Foi graças a um catalisador, e à consequente aceleração química da mistura, que investigadores da Universidade de Oklahoma conseguiram juntar água e azeite.

Esta investigação permite avançar com as técnicas de refinamento de combustíveis. “Os combustíveis comuns só contêm componentes hidrofóbicos e os biocombustíveis contêm compostos oxigenados como os aldeído, álcoois e ácidos que são muito solúveis em água”, explica Daniel Resasco, um dos autores do estudo, ao El Mundo.

“A novidade é que estas nanopartículas que temos desenvolvido são capazes não só de estabilizar emulsões de água e azeite como também de catalisar reacções”, adiantou o cientista.

Estes nanohíbridos apresentam duas facetas: são hidrofílicos e hidrofóbicos. Ou seja, solúveis e não solúveis em água e por isso podem catalisar reacções tanto na água como no azeite. “Deste modo, eliminam-se muitos passos no processo de melhoramento dos biocombustíveis”, reafirma Resasco.


Nanopartículas especiais

A equipa dirigida por Steven Crossley preparou um grupo especial de nanopartículas misturando nanotubos hidrofóbicos com óxido de silício, que é hidrofílico. Os cientistas usaram paládio, um metal branco do grupo da platina, como catalisador metálico nas nanoparticulas e mediram a reacção do catalisador.

A Science avança também com a notícia que as nanopartículas com paládio reagem em três níveis diferentes dos que se utilizam no refinamento da biomassa.

“Este método melhora os sistemas catalíticos conhecidos porque estas nanopartículas catalisam as reacções de uma maneira completa. Além de disto, são facilmente recuperáveis ao fim de cada reacção”, adiantaram os investigadores de Oklahoma à Science.

Segundo Resasco, o processo permite a conversão simultânea de todos os produtos oxigenados de uma maneira mais económica e eficaz. Os resultados “podem estender-se a muitas outras áreas como a química e a indústria farmacêutica”.

Fonte: Ciência Hoje

Rui Lopes

sábado, 9 de janeiro de 2010

Bateria para automóvel eléctrico

A  General Motors (GM) deu mais um passo no lançamento do automóvel eléctrico, ao anunciar a produção da primeira bateria avançada de iões de lítio, numa fábrica norte-americana.

O Chevrolet Volt, que funciona exclusivamente através de energia eléctrica, será produzido em finais de 2010 e a GM acredita que a sua tecnologia irá colocar a marca na liderança do sector automóvel.

O automóvel eléctrivo Volt possui uma bateria de iões lítio que o permite percorrer 64 quilómetros. No entanto, irá contar também com um pequeno motor de combustão para gerar electricidade e evitar a descarga das baterias de lítio, podendo ser recarregado numa tomada eléctrica doméstica.

As baterias, produzidas numa fábrica de montagem em Brownstown, serão enviadas para o laboratório de Sistemas Globais de Baterias da GM em Warren, onde, após serem submetidas a testes para validar a equipa e os processos de produção, serão enviadas para a unidade produtiva de Detrit-Hamtramck, onde será fabricado o automóvel.

Em Portugal, o lançamento do primeiro autocarro eléctrico foi também anunciado pela Salvador Caetano.

Rui Lopes

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Nano Cocktail" para localizar e eliminar tumores

Uma equipa de investigadores na Califórnia e Massachusetts desenvolveu um "cocktail" de diversas nanoparticulas que trabalham em conjunto, dentro da corrente sanguínea, para localizar, aderir e eliminar tumores cancerosos.

"Este estudo representa o primeiro exemplo dos benefícios de empregar nanosistemas para combater o cancro" afirmou Michael Sailor, professor de Química e Bioquímica da Universidade San Diego da Califórnia e principal autor de um artigo que descreve os resultados desta investigação, que será publicado numa próxima edição do Proceedings of the National Academy of Sciences.

Neste estudo, Químicos da UC San Diego,  Bioengenheiros do MIT e Biólogos da UC Santa Barbara desenvolveram um sistema que contém dois nanomateriais diferentes que podem ser injectados na corrente sanguínea. Um destes materiais foi desenvolvido para localizar e aderir aos tumores, enquanto o segundo foi fabricado para eliminar esses tumores.

Tratar tumores com nanoparticulas tem vindo a mostrar-se difícil pois células imunitárias, chamadas fagócitos mononucleares, indentificam-nas, eliminando-as da corrente sanguínea, impedindo a nanopartícula de atingir o tumor.

Bioengenheiros do MIT encontram-se a aperfeiçoar os dois nanomateriais que, em conjunto, ultrapassarão o obstáculo referido anteriormente.



Rui Lopes