quinta-feira, 8 de abril de 2010

Criado o elemento super pesado, 117

Uma equipa internacional de cientistas da Rússia e dos Estados Unidos, juntamente com dois laboratórios e duas Universidades, criaram o elemento mais recente, o 117 da tabela periódica.

"A descoberta do elemento 117 é o culminar de uma jornada de uma década com o objectivo de expandir a tabela periódica e escrever o próximo capítulo em pesquisa de elementos pesados" afirma o Académico Yuri Oganessian, líder científico do Laboratório de Reacções Nucleares em Dubna, Russia.

"Este é um avanço significativo para a ciência", disse o director George Miller LLNL. A descoberta de um novo elemento fornece novas informações sobre a composição do universo e é um testemunho da força da ciência e da tecnologia nas instituições parceiras.

Ilha de Estabilidade

A ilha de estabilidade é um termo da física nuclear, que se refere à possível existência de uma região para além da actual tabela periódica, onde novos elementos super pesados, com números especiais de protões  e neutrões que apresentam uma maior estabilidade.  Tal "ilha" será uma extensão da tabela periódica a elementos ainda mais pesados que permitirão novas experiências químicas.

"Estes novos elementos ampliam a nossa compreensão do universo e fornecem provas importantes de teorias nucleares", disse Joe Hamilton, professor de Física da Universidade de Vanderbilt. "A existência da ilha de estabilidade, uma noção puramente teórica na década de 1960, oferece a possibilidade de expansão da tabela periódica, com o acompanhamento das descobertas científicas no campo da física e da química dos elementos mais pesados".

Rui Lopes

domingo, 7 de março de 2010

Molibdénio em escassez mundial

Várias clínicas e hospitais portugueses estão a adiar exames de diagnóstico em cardiologia e oncologia perante a escassez mundial de molibdénio, substância radioactiva essencial para a realização destes exames, revela o jornal “Diário de Notícias”.

A 19 de Fevereiro parou para manutenção o reactor da Holanda, que produz cerca de 30% dos isótopos radioactivos do mundo, usados em mais de 80% dos exames de diagnóstico de medicina nuclear, segundo adianta o mesmo jornal.

A esta paragem, que deverá durar meio ano, juntar-se-á em Abril a do reactor canadiano, que é o maior produtor mundial, com 45% da capacidade.

~Lucília Salgado, médica no Instituto Português de Oncologia de Lisboa, disse à agência Lusa que, até agora, os exames urgentes têm sido assegurados, mas para isso é muitas vezes necessário cancelar alguns exames e remarcá-los para quando houver capacidade, afirmou a médica, reiterando ter havido “alguns períodos mais críticos”, mas sem “interrupção total” de fornecimento, pelo que a especialista está convicta de que a sua produção vai ser assegurada.

Rui Lopes

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Nanotecnologia permite armazenar energia em papel ou roupa

O Engenheiro de Materiais de Stanford Yi Cui descobriu um método barato e eficiente de manufacturar leves baterias de papel e roupas maleáveis, condutoras conhecidas por "eTextiles" - capazes de armazenar energia mantendo as propriedades mecânicas de roupas normais.

"Baterias de armazenamento são um campo de estudo bastante explorado" afirma Cui. " Como causamos impacto nesta área? É preciso desenvolver um pensamento dramaticamente diferente."

Os ingredientes necessários para desenvolver estes produtos revolucionários não são visíveis ao olho humano. As nanoestruturas, que podem ser montadas em padrões permitindo o transporte de corrente eléctrica, utilizadas pelo professor Cui, variam de acordo com a função pretendida do produto - óxido de cobalto lítio é um composto comum usado para as baterias de papel, enquanto que os nanotubos de carbono, ou SWNTs, são utilizados para armazenar energia em têxteis.

Embora a tecnologia seja nova, a equipa de Cui previu numerosos usos para suas invenções. Casas do futuro poderão um dia ser forradas com papel de parede para armazenar energia. Dispositivos electrónicos poderão ser carregados em movimento, basta conectá-los numa tomada existente na roupa armazenadora de energia.
"É uma área em franca expansão" conclui Cui.

Rui Lopes

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Cientistas convertem luz em corrente eléctrica utilizando um nanosistema de ouro

Cientistas de materiais do Núcleo NANO/BIO da Universidade da Pensilvânia demonstraram a conversão de radiação óptica a corrente eléctrica num circuito molecular. O sistema, uma matriz de moléculas de ouro (na ordem dos nanómetros), responde a ondas electromagnéticas criando um superfície que induz e projecta corrente eléctrica através das moléculas (sistema semelhante a uma célula fotovoltaica).

Os resultados fornecem uma nova abordagem tecnológica para a colheita energética, de grande eficiência, com um circuito que pode alimentar-se, potencialmente, através da luz solar.

Dawn Bonnell, professor de ciência de materiais e director do Núcleo NANO/BIO da Universidade da Pensilvânia, e seus colaboradores fabricaram uma série de nanopartículas de ouro sensíveis à luz.
Minimizando o espaço entre as nanopartículas, os investigadores utilizaram radiação óptica para excitar os electrões condutores de modo a que percorressem a superfície das nanopartículas de ouro e focassem a luz onde as moléculas estão ligadas.

O efeito dos electrões condutores aumenta a eficiência da produção de 400 a 2000 %.

“Se for possível aumentar ainda mais a eficiência deste sistema sem a incorporação de outros elementos, poderemos manufacturar uma amostra de 1 Volt com o diâmetro de um cabelo humano e com 2 cm de comprimento.” afirma Bonnell.

Rui Lopes

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Novo material adesivo pode possibilitar ao homem andar nas paredes

Um pequeno dispositivo criado na Universidade de Cornell utiliza tensão superficial da água como um adesivo que suporta forças inacreditáveis.
"Este mecanismo poderia ser aplicado a calçado e luvas, possibilitando assim ao homem caminhar pelas paredes" afirma Paul Steen, professor de Química e engenharia Biomolecular, que o criou em parceria com o Dr. Michael Vogel.

O dispositivo é o resultado da inspiração num besouro nativo da Florida, que pode aderir a uma folha com uma força 100 vezes superior ao seu peso, mas também se pode descolar. 
Consiste em duas placas com furos estampados (cada qual na ordem dos micrómetros). Uma placa inferior possui um reservatório de líquido e uma camada porosa. Através da aplicação de um campo eléctrico de 9 volts, o líquido é bombeado através do dispositivo, passando pelos poros, criando uma tensão que permite a aderência do material a outra superfície.

"Na vida quotidiana, estas forças são relativamente fracas", afirma Steen. "Mas se existir um grande número destes dispositivos e se estes forem controláveis, pode obter-se fortes forças de adesão.".
"Aplicando uma tensão inversa, o líquido é "sugado" pelos poros, quebrando as forças de adesão criadas entre as duas superfícies." conclui o investigador.

Steen vislumbra ainda futuros protótipos em maior escala, assim que o mecanismo seja aperfeiçoado.

Rui Lopes